Saudades dela... das férias ♥
Faz tanto tempo que eu nem lembro mais a sensação. Alguns dias de frente pra praia, sem ligar o computador, usando o celular só pra tirar selfies e fazer inveja nas inimigas... volta pra mim, férias!
Desarmonização facial: pacientes arrependidos buscam formas de reverter o procedimento
Atualidade
O procedimento da harmonização facial teve seu ápice neste ano e não só os famosos, como pessoas comuns, aderiram ao procedimento. No entanto, como nem tudo são flores, também houve um crescimento no número de pessoas que ficaram insatisfeitas com os resultados, ou até tiveram problemas sérios de saúde por conta de uma cirurgia mal sucedida. E claro que, quando se trata de famosos, tudo se espalha mais rápido.
Uma das celebridades que passou por isso foi o sertanejo Lucas Lucco. Em entrevista ao Fantástico no ano passado, o cantor afirmou que não se sentiu bem ao ver o resultado do procedimento. “Você se olha e simplesmente não consegue enxergar mais seus traços. Isso é muito ruim”, comentou. Ele afirmou que a insatisfação era tanta, que até evitava olhar as fotos do seu noivado, quando ainda estava com o procedimento. Lucas foi então atrás de profissionais para reverter a harmonização facial.
De acordo com a cirurgiã-plástica Cíntia Mundin, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cresce o número de pessoas que, assim como o sertanejo, buscam a reversão do procedimento. “Esse fato se deve à banalização desse procedimento tão sério, que vem sendo realizado indiscriminadamente por profissionais não médicos que não têm formação adequada nem noção estética apurada. Com isso aumentou muito o número de intercorrências e principalmente o número de maus resultados”, conta.

Desde 2016, graças a uma resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO), dentistas tiveram autorização para aplicar toxina botulínica e outros preenchedores faciais em procedimentos estéticos, desde que seja na área anatômica que vai do osso hioide, na base da garganta, até o ponto násio, no nariz. Em 2019, a entidade reconheceu a harmonização orofacial como especialidade odontológica, desde que os profissionais realizem um curso com carga horária de 500 horas. Tal decisão foi questionada na Justiça pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que pediu sua suspensão. A liminar, no entanto, foi indeferida.
A dermatologista Hellisse Bastos acrescenta que é o exagero que faz com que as pessoas fiquem insatisfeitas com o resultado. “É uma intervenção que cai muito bem em peles com sinais de envelhecimento. Porém, o que vemos não é essa estética sendo usada como prevenção ou melhoramento, como seria o ideal. O procedimento está transformando seus rostos, o que contribui para a (sensação de) perda de identidade”, diz.
Queixas ganharam até um nome próprio
O biomédico especializado em estética avançada, Gabriel Magalhães, contou que essas queixas se tornaram tão comuns, que ganharam até uma nomenclatura na área médica: “síndrome da face superpreenchida” ou “overfilled syndrome”. A maior queixa dos pacientes é relacionada ao aspecto de inchaço deixado por alguns procedimentos, dando aquela impressão de “cara de boneco” temida por muitos.
“Nesses casos, as causas podem ser manipulação inadequada do produto, retoques com uma frequência maior que a necessária ou mesmo a aplicação de ácido hialurônico em excesso”, aponta Gabriel.
Como reverter?
De acordo com Cíntia, se o ácido hialurônico utilizado foi de boa qualidade, é utilizada uma enzima reversora do produto, a hialuronidase. No entanto, o valor e a quantidade de sessões para desfazer a intervenção vão depender da proporção dos danos e, em alguns casos, pode custar mais caro do que a própria harmonização.
Além disso, o procedimento de reversão não está imune aos riscos. Nosso corpo produz naturalmente ácido hialurônico e, durante o processo de reversão, existe o risco de a enzima destruir a substância própria da pessoa, além da que foi injetada, levando a deformidades e afinamento da pele. Daí a importância de só realizar o procedimento com um profissional especializado.
No entanto, a reversão torna-se mais difícil quando a harmonização foi feita com produtos que não são absorvíveis e não respondem à enzima hialuronidase, como os ácidos de qualidade duvidosa ou a PMMA, substância sintética liberada pela Anvisa para casos de lipodistrofia em pessoas com HIV/AIDS, e que, quando aplicada inadvertidamente, pode causar complicações sérias. Nessas situações, apenas intervenções cirúrgicas conseguem desfazer os danos.
Portanto, se o paciente ainda assim optar pela harmonização, o ideal é procurar médicos especializados e que possuam o mesmo senso de estética, a fim de evitar resultados indesejados e complicações em decorrência da substância utilizada.
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