Vamos fazer uma pausa para falar sobre um assunto sério?
A Campanha #SaveRalph tem dado o que falar nas redes e a Newz não poderia deixar de se posicionar sobre o assunto, com uma edição todinha voltada para ele. Vamos conferir?
Nessa última semana, o mundo parou para falar sobre a campanha #SaveRalph. Muito provavelmente, você se deparou com algum post ou compartilhamento do próprio vídeo da campanha em suas redes sociais. Marcas e influenciadores se posicionaram, e muitas pessoas pararam para pensar e repensar seus hábitos de consumo. Por aqui, acreditamos que o assunto é de extrema relevância, principalmente porque o mundo está se desenvolvendo cada vez mais, e algumas marcas seguem utilizando os animais para testagem de cosméticos e outros produtos químicos.
Hoje, resolvemos dar uma pausa nas notícias cotidianas para falar sobre esse assunto. E se você acha que isso nada tem a ver com Odontologia, te convidamos a acompanhar a Newz de hoje até o final. Boa leitura e ótima reflexão!
#SaveRalph: a campanha
A campanha #SaveRalph, no Brasil ‘Salve o Ralph’, foi promovida pela Humane Society International (HSI) para conscientizar sobre o uso de animais em testes de cosméticos e pressionar marcas que ainda utilizam esse método. No vídeo da ação, o coelho Ralph é entrevistado e conta um pouco da sua rotina de “trabalho”. Rotina essa que consiste em ser cobaia em um laboratório.
De primeira, já podemos ver que o Ralph apresenta diversas marcas em seu corpo. O coelho, dublado por Rodrigo Santoro na versão em português, conta alguns detalhes de sua experiência: “Eu estou cego do olho direito e nesta orelha não consigo ouvir nada. Só zumbido”. Em outra cena, ele continua: “meu pelo já foi raspado, tenho queimaduras químicas nas costas, mas só dói mesmo quando respiro e me mexo”.
No final, ele faz um alerta: “Só gostaria de dizer a todos que ainda estão comprando cosméticos testados em animais como rímel, Shampoo, protetor solar, praticamente tudo que está no seu banheiro, sem vocês e sem países que permitem testes em animais, eu estaria nas ruas, bem, não nas ruas, mas nos campos… como um coelho normal”.
O objetivo da campanha – muito bem cumprido, por sinal – é alertar para a crueldade envolvida nesse processo de testagem em animais. Segundo a ONG PeTA, cerca de 100 milhões de animais morrem todo ano em laboratórios norte-americanos, após serem submetidos a testes de produtos químicos e cosméticos. Além dos coelhos, também são utilizados ratos, gatos, sapos, cães, hamsters, macacos e peixes.
Segundo a HSI, o coelho é o animal que mais sofre com a indústria de cosméticos. Eles são amarrados pelo pescoço, e recebem os produtos cosméticos em seus olhos e na pele raspada das costas. Os porquinhos da Índia e ratos têm produtos químicos espalhados nas peles raspadas e nas orelhas. Os animais não recebem nenhum tipo de substância para aliviar a dor e geralmente são mortos no final dos procedimentos.
Abaixo, você consegue assistir ao vídeo da campanha.
O que a internet achou da campanha?
A campanha deu o que falar nas redes sociais e os compartilhamentos e menções não param.
• No YouTube, o vídeo na versão original passou das 10 milhões de visualizações, enquanto a versão brasileira atingiu 4 milhões;
• Nas redes sociais, como Instagram e Twitter, as menções à hashtag #SaveRalph ultrapassam 50 mil;
• De acordo com o Google, nos últimos dias, as buscas pelo termo “Animal Testing” chegaram ao maior nível desde 2016;
• Diversas marcas se posicionaram afirmando não adotar a prática.
Além disso, estão circulando diversos posts trazendo as marcas que ainda realizam a testagem de cosméticos em animais. A ideia é reduzir a compra desses produtos e fazer com que essas marcas repensem seu posicionamento.
Neutrogena, Nivea, Vichy, Benefit, Bioré, Garnier e Lâncome são alguns exemplos de marcas que realizam testes em animais, enquanto Avon, Boticário, Sallve, Eudora, L’oréal, Impala e Granado afirmam não aderirem ao método.
Mas o que isso tem a ver com Odontologia?
Tudo! Afinal, muita gente não sabe, mas alguns laboratórios odontológicos utilizam animais para realização de testes e experimentos.
No começo do ano passado, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi proibida de utilizar animais em experimentos em seu laboratório de Odontologia.
De acordo com o Ministério Público do Paraná, a instituição mantinha cães em ambientes inadequados e utilizavam os animais em experimentos dolorosos.
Pesquisadores da Universidade do Sul do Alabama também submetem animais a procedimentos cruéis, a fim de testar a eficiência de novos tratamentos odontológicos. Além disso, existem diversos produtos de saúde bucal que ainda realizam testes em animais.
No Brasil, a Lei nº 11.794/08 regulamenta as Comissões de Ética para Uso de Animais, e determina que qualquer instituição que utilize animais para ensino e/ou pesquisa seja credenciada no Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal. Em outras palavras, ainda não existe uma lei federal que proíba a realização de testes em animais.
Após a repercussão da campanha, entretanto, surgiram alguns projetos de lei voltados para o assunto em diversos estados do país. Além disso, termina em agosto o prazo para que universidades, empresas e institutos públicos e privados de pesquisa substituam o uso de animais por métodos alternativos em testes de potencial de irritação e corrosão ocular, de toxicidade de substâncias no sistema reprodutivo humano e de controle de qualidade de produtos injetáveis.
A exigência é resultado de uma resolução publicada em 2016 pelo Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), instituição encarregada de criar normas para o uso ético de animais e zelar pelo seu cumprimento. As resoluções têm força de lei e preveem punições que incluem advertências, multas e interdição da instituição.
E quais são as alternativas ao uso de animais em pesquisas?
Com os avanços da ciência, diversos métodos alternativos vêm sendo desenvolvidos, e os testes em animais, substituídos nas áreas de toxicidade, neurociência e desenvolvimento de drogas.
O princípio dos 3Rs (do inglês: Replacement, Reduction and Refinement), criado por Russell and Burch em 1959, tem como principal objetivo conquistar uma pesquisa mais humanitária para os animais. Ao longo dos anos, estes princípios foram incorporados em algumas leis que regulamentam a utilização de animais para pesquisa científica. Ele se divide em:
• Redução: diminuir o uso de seres vivos utilizados;
• Refinamento: minimizar a dor e o estresse do animal por meio da aplicação de melhores condutas na pesquisa;
• Substituição: buscar métodos alternativos ao uso dos animais nos experimentos.
Esses princípios buscam garantir o bem-estar dos animais, além de estimular o desenvolvimento de modelos mais adequados e próximos à biologia humana, garantindo maior eficácia e segurança, e minimizando o sofrimento.
E quais são as alternativas?
Cultura de células e tecidos
O cultivo in vitro de células e tecidos humanos trouxe muitos avanços significativos, reduzindo o número de animais utilizados em experimentos. Por meio deste método, os resultados são mais relevantes e reprodutíveis, o controle do experimento é maior e ele ainda tem a vantagem de ser mais próximo das características humanas.
Pele em 3D
A pesquisadora brasileira Carolina Catarino foi premiada pelo Lush Prize 2017, por desenvolver um modelo de pele humana reconstruída in vitro para testar toxicidade, irritação e corrosão.
Sua composição é bem similar à da pele humana, o que faz com que seja uma ótima opção de substituição ao uso de animais em testes de cosméticos e produtos químicos.
Para o futuro, torcemos para que o avanço da ciência contribua cada vez mais para novos métodos alternativos ao uso dos animais em testes de laboratórios. Torcemos para a criação de uma lei federal que proíba essa prática e também para que a população busque sempre se conscientizar e pesquisar mais antes de consumir determinados produtos. Seguimos em busca de um mundo mais justo e com menos sofrimento para nossos animaizinhos! :)
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